14 out A COLEIRA E A CORRENTE
Existem certos acontecimentos que nos envolvem e que nos deixam muitas vezes perplexos em busca de explicação.
Foi o que aconteceu comigo no ano de 1980, certa noite, por volta das 23 horas, envolvendo o meu cão vigia e um gatinho que penetrou no quintal de minha residência.
O fato em si está relatado nestes versinhos a seguir. O que eu não consegui entender foi a forma como o fato se deu, principalmente sendo eu um amante dos animais, e ter que assistir o cão trucidar o pequeno animal.
Por outro lado, eu fiquei sem entender se foi uma provação ou um aviso de DEUS, ou algo parecido com uma falta de cautela.
Eu não sei na verdade o que tudo isso representa. Eu só sei que fiquei com sentimento de culpa e, por fim, senti a inspiração para escrever os seguintes versinhos:
A COLEIRA E A CORRETE
A noite estava tranqüila
Mas o cachorro latia
Com cautela abri a porta
Para ver o que havia
Um gato estava acuado
Em um pequeno arbusto
Pelo cão que sua vida
Queria a todo custo
O gato desesperado
Não tinha pr’onde fugir
E me olhava esperançoso
Para ajudá-lo a sair
E o latido do cachorro
Por demais incomodava
E o gatinho sem saída
Encolhidinho esperava
Eu incauto imaginei
Que se o gato forçasse
A sair do seu lugar
Ele o muro pulasse
Com um pau o cutuquei
Forçando-o a sair
Porém o cão muito ativo
Abocanhou-o a seguir
A cena que se seguiu
Foi por demais dolorosa
Vendo o cão matando o gato
De forma impiedosa
Quanto mais eu procurava
Fazer o cão o largar
Mais o cão embravecido
Mantinha o abocanhar
Depois de alguns minutos
Ficou o gato estirado
Com a espinha quebrada
Dando doidos miados
Ele olhava para mim
E miava ainda mais
Não sabia se miava
Ou se dizia ai, ai
Segurei pela coleira
O cachorro embravecido
E o prendi à corrente
Longe do gato ferido
Sem recursos pra cuidar
Do gatinho que sofria
Levei-o para a calçada
De fora da moradia
Com sentimento de culpa
Fiquei muito entristecido
Muito mais por não poder
Cuidar o gato ferido
Fui dormir desconsolado
Com dores no coração
Pedindo a Deus pelo gato
Através da Oração
Apressado ao Trabalho
No outro dia acordei
Vendo o gato estirado
No lugar onde deixei
Nem sequer tive coragem
De olhar se estava morto
Errando mais uma vez
E provando ser um torto
É triste a realidade
Contida neste chavão:
“Nós erramos por vontade
Ou por pura omissão”
Quanta Gente hoje em dia
Sabe que existe uma “Fera”
Acuando muita gente
Sem defesa e a espera
Essa Gente acuada
De sair não tem coragem
São gatinhos acuados
Por essa “Fera” voragem
É preciso ter cautela
Quando se quer ajudar
É preciso ter cuidado
Pra “Fera” não se antecipar
É triste ver essa “Fera”
Destruindo sem piedade
Quantos pode alcançar
Com terrível crueldade
Quanta gente hoje em dia
Já está na boca da “Fera”
E por si só não consegue
Desvencilhar-se mais dela
É preciso enfrentá-la
Com pé e determinação
Ajudando os acuados
E os que em sua boca estão
A maior dificuldade
É dar a libertação
Pois a “Fera” só se vence
Com Jejum e Oração
Eu não posso mais ficar
Nem você indiferente
Vendo as vítimas da “Fera”
Esperando pela Gente
Não suporto mais ouvir
Tantos gritos e gemidos
De uma Multidão de Corpos
Que já se encontram feridos
É triste a realidade
Contida neste chavão:
“Nós erramos por vontade
Ou por pura omissão”
Eu não posso mais ficar
Assistindo paciente
Sabendo que tenho à mão
A Coleira e a Corrente
A Coleira é a Bíblia
A Corrente é Jesus Cristo!
Ajudem de alguma forma
Pra acabar logo com isto!
ONIR FRANCISCO DAMAS
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